Cantiga do mato
Não sei onde vai dar essa sua estrada
Tudo é deserto, incerto, é nada
Deve haver algum lugar além desta caminhada
Onde caminha a minha fé
Eu vou andando, cantando, marchando a pé
Contido até onde você quiser
Sou teu boi, teu gado e tua boiada
Sou tua rés, tua vez, teu coro, teu mouro
Sou tua cruz, tua espada, teu rebanho, tua hibernada
Sou teu perfume, teu estrume
Pra me chamar basta aboiar
Fecho as minhas porteiras
Me alimento do capim ciúme
E rumino este amor
Com todo ardume
Sou teu barro, teu berrante, teu caminhante
Sou tua comitiva, tua saliva
Sou teu leite e o teu deleite
Coma no meu coxo, durma na minha estrebaria
Olha para essa sesmaria e veja as três-marias
Trago seu nome em mim, a ferro e fogo
Sou teu gado, tua carne e o teu sorgo.
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