Camarim
Sei que é covardia
Retirar-me do palco
Antes da última cena
Mas o roteiro mudou
E ninguém me avisou
Que eu teria de beijar
A solidão.
Não!
Vou para detrás das cortinas
Para onde nem mesmo eu me veja
Vou para o escuro da coxia
E que a sorte me proteja
Ao me trancar no camarim
E tomar o resto da fantasia
Que se afoga no seu copo.
A minha última fala
É um longo silêncio
Um quase adeus
Que nunca foi meu
Vou deixar meu amor
Nas mãos de qualquer romeu
Que consiga repetir
Dia após dia
A tragédia de um amor
Falido.
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