Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
Boneca de Pano

Pelas costas
De uma mulher
Se esvai
O dia
O vento se aquieta
O terreiro se esvazia
E minha poesia
Recai
Prenha
Sobre a lenha
Em brasa de um fogão

E no céu
De pólvora
Sobe um balão
Que não se sabe se é uma lua
Junina
Ou se é o sinal
De um novo parque de diversão

Lá longe
Dos retalhos das colchas
Os grilos
Se amam
Roçando suas coxas
E num silêncio de monge
A poeira se abaixa
O pirilampo tonteia
E se o galo
Soubesse a saudade
Era hora de abrir o piano

Mas a quietude
Mareia
Na luz de um lampião
Que clareia
Uma boneca de pano...


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar