Bailarina
Os olhos desvendam as cortinas
O cotidiano se despede do palco
Na penumbra de uma minguante
Que escorre frestas pálidas de luz
Num rosto que nasce sem vida
E aos poucos se compõe canção.
Flertando o movimento
Aos poucos
Constrói a sincronia
Seduz os aplausos
Das mãos abstratas
Que buscam o corpo de paina
Que não sabe se dança
Ou se flutua
Enquanto se entrega à brisa
Nascida da nudez da bailarina
Que se veste em sapatilhas
No entrelaço das notas.
Corpo e melodia
Tão mesclados quão nítidos
Pertencendo-se
Moldando-se
Equilibrando-se
No espetáculo
Onde a bailarina se faz alma
Onde a alma se faz vida
Onde a vida se faz arte.
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