Daniel Campos

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Arritmia

A mulher amada faz-se perto
Como se chegasse com o vento
Úmido e secreto
De uma nova fase da lua
A mulher amada é o melhor remédio
Aquele que cura qualquer doença
Seja física ou espiritual.

A mulher amada sorri
E antes do fim do sorriso
Chora
E antes do fim do choro
Sorri
A mulher amada brinca
E fala sério
A ponto de nos deixar com um medo
Que ainda não se explica.

Com naturalidade
A mulher amada
Sabe olhar como ninguém
Jamais o soube,
Deveras
A mulher amada não cabe em mim
E assim, tenho que me declarar
Dependente
De sua alma.

A mulher amada
É frágil,
Mais tão frágil
Que me faz sentir forte
Em feitio de fortaleza
De carne e mente.

A mulher amada
Sabe entender a criatura
Que a ama
Mesmo que tenha lapso
De um ciúme
Febril
Que lhe fere o norte.

A mulher amada
Em toda a sua sentimentalidade
Se emociona
E emociona
Em um mesmo cálice
De corpo
E espírito.

A mulher amada
É a felicidade que ninguém
Acredita que possa existir
E existe
Mesmo que para comprovar isso
Seja preciso alguns beliscões.

A mulher amada
É aquela que pede
E logo pede desculpas
A mulher amada
Não tem pátria
Não tem horário
Não tem destino.

A mulher amada
É um sonho
Que abre os braços
E se entrega ao vento
Ao vento que a traz
Ao vento que a leva
Para perto.

Diante da mulher amada
Pouco conheço
Pouco a conheço e me conheço
Aliás, tudo desconheço
Nada
Nem ninguém
Existe para além
Da mulher amada.


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