28/01/2014 - Ao tempo
Um dia, nem que for a mil séculos, serei compreendido
Por olhos que escavarem e desbravarem minhas palavras
Por bocas que se aventurarem a pronunciar o que escrevi
Um dia, por mais que demore a chegar, serei sim vivido
Com toda poesia que queima cá dentro em mim como lava
Vulcânica, que pode assustar mas tem sua beleza intensa
E propensa a ser eterna como o que escrevo em alto relevo
Pelo coração do tempo que pulsa ao vento, ao vento, ao vento...
Um dia, meus versos de amor demais serão tidos como verdade
E poeta que sou serei chamado (aclamado ou vaiado) saudade
Um dia meninos vão me enviar para suas primeiras namoradas
E mulheres lerão meus poemas para se sonharem (mais) amadas
Serei tido nas cartilhas escolares como o escritor da anti-realidade
Um dia, tarde ou não, que eu possa ensinar o sabor de sonho
A esta humanidade que já não sonha, e que a minha inspiração
Possa ser coroada como poesia viva que é, uma poesia que me faz assim
Sentimenteiro, uma poesia que me faz viver sentimentando
Um dia, nem que for a mil séculos, serei compreendido
Independentemente se condenado ou absolvido, mas tido
Como alguém que se doou, de texto em texto, por inteiro
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