Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
28/01/2014 - Ao tempo

Um dia, nem que for a mil séculos, serei compreendido
Por olhos que escavarem e desbravarem minhas palavras
Por bocas que se aventurarem a pronunciar o que escrevi
Um dia, por mais que demore a chegar, serei sim vivido
Com toda poesia que queima cá dentro em mim como lava
Vulcânica, que pode assustar mas tem sua beleza intensa
E propensa a ser eterna como o que escrevo em alto relevo
Pelo coração do tempo que pulsa ao vento, ao vento, ao vento...
Um dia, meus versos de amor demais serão tidos como verdade
E poeta que sou serei chamado (aclamado ou vaiado) saudade
Um dia meninos vão me enviar para suas primeiras namoradas
E mulheres lerão meus poemas para se sonharem (mais) amadas
Serei tido nas cartilhas escolares como o escritor da anti-realidade
Um dia, tarde ou não, que eu possa ensinar o sabor de sonho
A esta humanidade que já não sonha, e que a minha inspiração
Possa ser coroada como poesia viva que é, uma poesia que me faz assim
Sentimenteiro, uma poesia que me faz viver sentimentando
Um dia, nem que for a mil séculos, serei compreendido
Independentemente se condenado ou absolvido, mas tido
Como alguém que se doou, de texto em texto, por inteiro


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar