Daniel Campos

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04/02/2014 - Amor em cena

O que é o amor vivido na prática, senão a incompreensão dos atos?
Não é nada fácil a tarefa de se fazer entendível ao coração que se ama...
Como é complicado fazer entender que você só quer o bem
Daquela criatura que muitas vezes lhe fecha olhos, portas, caminhos...
Ah! Se todos falassem a mesma língua ou se dispusessem a ficar nus
De roupas, bagagens, conceitos... Nus à flor do sentimento!
Seria tão mais fácil cultivar o amor que há em cada um pelo outro...
Por que perdemos tanto tempo com o que não importa de fato?
Por que complicamos tanto e pecamos pela falta de tato?
Ah! Se todos se dessem uma chance não cometendo o desacato da razão:
Pensar demais às vezes prejudica não só o momento, como a vida.
Quantas estradas deixamos de percorrer porque não nos jogamos?
Quantas histórias deixamos de escrever porque nos escondemos?
Quantas felicidades deixamos de merecer porque nos negamos?
Ah! Se a humanidade não tivesse se inventado como animal racional
Simplesmente para acobertar toda a irracionalidade de nossos medos
Impedindo incursões profundas pelo que de verdade somos e queremos
Independentemente das teorias ridículas do que é ou não permitido
Seríamos seres completos de tentativas de fazer jus a uma vida inteira.
Sim, chega de nos contentarmos com migalhas, metades, esmolas!
Por que o amor precisa se adaptar aos modismos, aos formalismos?
O amor precisa ser livre para que possa ser realmente chamado de amor...
Porque esse amor dividido, esse amor amordaçado, esse amor crucificado
Não é e nem nunca vai ser considerado, validado e aclamado amor!
De que adianta viver sem se entregar de forma plena ao destino?
Esperar pelo tempo é desistir do que pode ser vivido por nossas mãos,
O amor não é um presente dos deuses, é obra a ser construída e erguida
Por cada um conforme cada qual. Ninguém virá e fará nada pelo nosso amor!
Se ficarmos esperando, sonhando com o impossível se tornando possível,
Morreremos frustrados, amarrados ao nosso egoísmo. Dar as costas
Ou de ombros para o amor que está aí é deixar, por um motivo ou outro,
De sacramentar o que sacramentado está. Precisamos assumir o papel
Principal de nossas vidas. Sim, cada um é responsável pela sua atuação.
Não somos coadjuvantes do espetáculo que une pensamento ao sentimento,
Somos protagonistas e devemos viver como tais independente de aplausos ou vaias...
O que não podemos é esperar no fundo do palco pelo fechar das cortinas
Carregando a certeza de que não fizemos nada para que o final fosse diferente.


Comentários

04/02/2014, por Rodrigo Cavalcante:

especial

04/02/2014, por Lorena:

Meu nome é Lorena Schwarz, sou de Porto Alegre e estou no último semestre de Letras. Desde que encontrei seu site, faço leituras diárias. Já li e estudei muitos poetas (nacionais e internacionais) porém nenhum deles fala de amor com tanto poder como você. E não sou só eu quem diz isso. Já espalhei seu texto para amigos e colegas e a emoção é geral. Quero muito fazer a minha tese, que é sobre amor poético, tendo sua poesia como centro do meu trabalho. A minha orientadora e também coordenadora do curso ficou empolgada e até cogitou chamar você para fazer uma palestra sobre o amor poético não só para Letras, mas aberta para todos os interessados da UFRGS. Espero contar com a sua aprovação e colaboração. Obrigada!


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