Amor egoísta
Ò minha querida
Já vai muito longe a vida
Dessa estrada
Que só nos põe a dividir
O cair da noite
E o raiar do sol
Da madrugada
Que vem vindo
Surgindo
Pelo rouxinol
Que canta a chegada
E a partida,
Querida
Cada adeus
É um deus que cai
Do meu altar
Cada aceno
É um veneno a mais
A me envenenar
Cada despedida
É uma pedida demais
Ao meu coração,
Querida
Vamos nos flertar
Vamos nos namorar
Vamos nos casar
Para sempre
E deixar essa estrada
Chamada despedida,
Querida,
Vamos mudar de rua
Vamos morar na lua
Vamos minha e tua
Vamos além do truque
Dessa ilusão
Que nos faz lado a lado
E separados
Na mesma canção
Proibida,
Querida,
Vamos por uma estrada
Que não bifurque
Jamais
Que não nos machuque
Em seus espinhais
De morte e vida
Querida,
Chega dos ais da saudade
Chega dos às vencendo
A vontade
Do valete e da rainha
Chega dessa rinha
De um pra lá
E outro cá
Da poesia não tida,
Querida
Vamos nos desvencilhar
Deste amor racista
Nazista, fascista
Que me leva à poesia xiita
À tristeza bonita
Do amor escafandrista
Que nos quer
Mulher e homem sem tréguas
Menino e menina
A mil léguas
Submarinas
Da poesia sentida
Querida,
Eu quero
Mãos dadas
Eu quero
Bocas coladas
Eu quero
Poesias acorrentadas
Num amor
Maniqueísta
Num amor
Egoísta
Que só pensa na tua dor
Na tua vida dorida
Querida,
Só em ti, só a ti, só pra ti
Querida...
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