Âmbar
Num céu de noite breve
De uma sexta-feira qualquer
Marte se atreve
A possuir Vênus como mulher,
Por alguns instantes
Planetas param de girar
E estrelas deixam de brilhar
Só para apreciar os amantes
Daquele universo
Tão disperso,
E do encontro entre finito e infinito
Entre o bendito e o maldito
Nasce uma flor eletrostática,
Plástica
Em suas pétalas de elétrons,
Enfática
Nos sons
Das centelhas
Das abelhas,
Que pousam
Nos prótons de suas pétalas,
Que repousam
Nos nêutrons de suas sépalas,
Emblemática
No átomo de um beija-flor
Que beija e deseja
Com todo o ardor
O pólen daquele circuito em surto
Onde a única resistência
É a elétrica existência
De um medo em curto.
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