15/07/2014 - A lança do destino
E eis então
Que uma princesa
De mãos pequeninas
E unhas bem feitas
Que beijei indefeso
Cravou a lança
Do destino
Que ela escolheu
Pra mim
Em meu peito.
Uma lança fria
E dolorosa
Que queima
E causa gritos
Silenciosos
E uma pane
Interior.
Uma lança negra
Como o esmalte
Que nunca usara
Nas mãos
Que se encaixavam
Perfeitamente
Nas minhas
Como ela mesma dizia.
Um lança fatal
A ponto de sangrar
O ser amor
Até a última gota
E consumir a alma
De quem ama demais
Por demais e sem mas.
E eu
Guerreiro do amor
Sem escudo
Sem espada
Sem armadura
Fiquei de peito nu
Diante da princesa
Que em pranto
Decidiu matar
Quem lhe ama
Como nunca ninguém amou ou amará
Numa dessas decisões
Tão próprias
Nada inócuas.
E o romantismo
Caiu de joelhos
E a inocência
Manchou-se
E o futuro
Desapareceu
Das linhas dos meus olhos
Que ainda fitam
A princesa
Com sentimentos
Escorrendo em feitio de lágrimas
De incompreensão e perdão,
E vem a certeza
Talvez ainda não sabida
Pela princesa
De que mesmo com aquela lança
Atravessada em meu corpo
O amor não morrerá em mim
Mas eu morrerei nesse amor.
Comentários
E você ainda chama de princesa? );
Rafaela, eu concordo com você lindinha, porém, o amor é um quebra-cabeça que nem sempre se encaixa como imaginamos. O poema é belíssimo, arte de primeiríssima qualidade, principalmente qualidade emocional, que estamos em falta nesse País. E só dessa mulher o inspirar assim ela merece ser chamada de princesa.
Lu Querida pra mim ela não é Princesa mesmo Quem MACHUCA alguém assim ainda mais alguém que amaaaaaa desse jeito NÃO pode Ser Princesa NEVER
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