Daniel Campos

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A busca do sentido da vida

Caminho
Sem querer parar
Sem querer chegar.
Levo saudade
Um pouco da esperança
Que achei pelos anos.
Sigo sozinho
Prossigo em frases
Que me pedem para ficar
Que me dão forças para continuar.
Paisagens tantas nas cenas
De um cotidiano que se disfarça
Mas continua
E se insinua
Mais e mais em meus atos.
Paro poucas vezes
Para descansar
E cansado
O corpo se alimenta de ilusões.
Confesso:
No início eram tantas
Mais que tantas...
Os pés descalços têm marcas
Deixam marcas.
Bebo um pouco da luz da noite
E logo estou bêbado
De vontade de recomeçar.
O frio, a chuva, o pó
Já se debruçaram em mim
Em um tempo
Que escorre pelas mesmas mãos
Que tentam agarrá-lo
Sem razão.
Os olhos vêem o horizonte
Mais perto
E quanto mais perto
Mais longe.
A cada passo, outra lembrança
E aquela ânsia do choro
Ao ver os sonhos morrendo
Sem a possibilidade de salvação.
Porém, logo surge um prazer
Que não se acha explicação
Mas não me deixa desistir
E até me faz sorrir
Numa alegria ainda não nascida
Mas já notada.
Talvez uma falsa felicidade
Parindo a vida
Que mesmo escassa
Contagia-me numa procissão
Onde tudo se resume à emoção.
Um pouco de silêncio
E continuo
Buscando um sentido
Por tantos caminhos
Tantos descaminhos.


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