19/02/2013 - Uma ilha, por favor
Todo sonhador sonha morar em uma ilha. E eu sonho em viver num desses pedaços de terra desconexos dessa massa continental. Independentemente da distância e do tamanho, uma ilha é sempre uma ilha. Por mais perto do continente que esteja, só de estar em uma ilha viverei a sensação de ter água por todos as lados, de estar isolado de tudo e de todos, de ser uma espécie de náufrago, de sobrevivente, de explorador do desconhecido.
O sonho de habitar uma ilha pode não ser original ou pertinente, mas tem estilo. De preferência, quero uma ilha antiga, dessas tradicionais, com coqueiros e mata virgem. Nada de ilhas badaladas, com festas e resorts. Quero uma ilha que seja cúmplice da minha poesia mais pura e dos meus sentimentos mais selvagens. Sonho com uma ilha com dias de sol escaldante, tardes de tempestade e noites com brisa por todos os cantos.
A experiência de viver em um lugar que falta tudo e ao mesmo tempo tem tudo é algo a ser buscado com certa urgência. A ilha é sempre um palco inventivo, improvisado, criativo. Uma ilha não precisa fazer sentido, precisa apenas existir. São ilhas de fantasia, de faz-de-conta, de desejo. Em uma ilha o raro não é caro, o impossível é possível e as emoções mais perceptíveis a cada dia. A ilha, mesmo de longe, nos traz a ideia de que as utopiais podem ser vividas.
De tanto sonhar em morar nesse lugar encantado, tenho transformado meu mundo em uma ilha abstrata e fora do mapa.
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