Daniel Campos

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27/06/2013 - Uma dama de luta, em luta e para a luta

Por entre o universo de damas de ferro, damas de vermelho, damas do mar e damas da lotação, eis que atua a dama de luta. Uma dama que levanta bandeiras, que fala no megafone, que faz piquetes sem perder a feminilidade. Aliás, a luta dessa dama é forjada em séculos de resistência feminina. Uma dama intrigante, que dá a luz às discussões filosóficas e ações práticas com a mesma paixão libertária e revolucionária – a paixão pela transformação.

Uma dama que assume, com toda coragem, a defesa pelo que é justo, pelo que é de direito, pelo que é humano. Uma dama que jamais perdeu a capacidade de se indignar. Uma dama com a força da mãe que protege seus filhos independentemente do risco. Uma dama movida por um marxismo apaixonado, por um lenismo lírico, por um hegelismo dramático. Sheila Tinoco, a nossa Che Guevara de saias. Uma guerrilheira feita de rosas e trovas.

Marcha como se passasse em passo doble, dobrando obstáculos e limites ao romper de suas incursões pelos mundos e submundos do trabalho. É dona de um discurso vivo capaz de fazer o coração enferrujado do sindicalismo pulsar numa jovialidade tenaz, atraindo simpatia e admiração. Um discurso que desarma, revoluciona e mobiliza dependendo do contexto. Palavras que se materializam, ganham corpo, tomam as ruas e chacoalham a utopia da geral.

Numa era de notícias instantâneas e superficiais, Sheila é um convite ao aprofundamento. Ela nos traz uma ideologia verdadeira, que produz uma esperança sertaneja em meio à dureza da cidade grande. Nesta dama de refinada alquimia, a luta sempre se transmuta em arte. Por suas artérias, corre os sonhos que habitam os trabalhadores. Não pensa duas vezes antes de mandar às favas o comodismo, o conformismo, o egoísmo e se entregar de alma à batalha.

Uma dama atuante e engajada. Uma dama incisiva e inquieta. Uma dama de sensibilidade ultradesenvolvida. Uma dama de olhos, mãos e feitos limpos. Uma dama de atitudes atualíssimas. Uma dama com sentimento de urgência e rebeldia transcendental. Uma dama à frente de regras e tabus. Uma dama que aflora desprendimento, determinação e idealismo. Uma dama que sente as dores do mundo e vai à luta semeando corações.

Assim é essa dama que dia após dia morre pela causa do humanismo revolucionário e renasce diariamente pelas mãos de sua própria sina - a luta de classe. E desses renascimentos nasce uma humanidade proclamando a justiça, a igualdade, a alforria... Sheila Tinoco, uma dama de luta, em luta e para a luta.


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