Daniel Campos

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21/03/2013 - Um presente para Ayrton

Poderia lhe dar mais um título ou mais um troféu, porém, neste seu aniversário de 53 anos, Ayrton, eu o presenteio com as minhas memórias. Memórias de um tempo que eu, como extensão de você, era guerreiro, vencedor, deus. Por quantos finais de semana gritei, vibrei, chorei, comemorei as suas vitórias. Memórias de um tempo que eu andava vestido com as roupas e com as palavras de Ayrton Senna. Você me fez acreditar na força e na magia de um ser humano que pode superar todo e qualquer limite. Você acelerou as minhas emoções, pisou fundo na minha formação, ultrapassou os meus medos.

Desculpe a falta de papel de presente e laços, Ayrton, mas as memórias textuais e pintadas que seguem ao encontro de suas mãos são sinceras. Memórias de uma época em que o hino nacional era a trilha sonora predileta dos meus domingos. Domingos regados a muita torcida e champanhe. Domingos em que eu olhava no espelho e via refletida a imagem de um capacete verde-amarelo, o mesmo que rasgava retas e curvas quebrando recordes e mais recordes. Quantas rezas, energias e pensamentos positivos enviei para mundos imaginários como Monte Carlo, Monza, Silverstone, Spa-Francorchamps, Suzuka...

São memórias de garra, de fé, de superação. Memórias que não se apagam, tampouco se perdem. Memórias que fazem diversos “S do Senna” nas linhas da minha mão, na minha coluna, nos meus olhares. Memórias que criaram em mim um “eu piloto” difícil de controlar. Memórias que não me deixam acreditar que tudo acabou. Memórias que me fazem pedir justiça aos culpados pela “Conspiração Tamburello”. Memórias que roncam como motores cheios. Memórias em primeira, terceira e sexta marcha. Memórias que a mais de 300 km/h me levam a um universo paralelo, entre a realidade e a fantasia.


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