Daniel Campos

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11/08/2010 - Um manicômio, por favor

Procuro um manicômio, um hospício, um sanatório, enfim, um lugar onde eu possa expressar livremente as minhas loucuras. As camisas de força que nos amarram do lado de cá são bem mais agressivas do que aquelas a que estão submetidos, do lado de lá, os loucos, os doidos, os malucos. A realidade nos reprime e, nos comprime e nos oprime. Ela quer nos adequar a padrões. Ela quer nos robotizar. Ela quer nos controlar a qualquer custo.

Dia desses me falaram que eu não posso ter asas? Onde já se viu eu, pássaro dos meus sonhos, não poder voar. Toda vez que minhas asas começam a nascer e eles a arrancam. A dor de tirar parte do meu corpo não é maior do que a dor de me prenderem ao chão. Outro absurdo: dizem que o que eu vejo não é o que realmente eu vejo. Dizem que meu mundo não existe. A única coisa que é permitida enxergar é o concreto, o concreto, o concreto.

A televisão, o rádio, os jornais, a internet. Tudo está nas mãos daqueles que querem transformar o mundo em uma fábrica de marionetes. Estão caçando a minha poesia. Querem queimar meus livros. E pior, querem me fazer uma lavagem cerebral numa dessas clínicas remanescentes da Segunda Guerra. Que Terra é essa? Onde está o livre-arbítrio? Que existência mais burocrática é essa? Será que o Deus que criou todas as criaturas tornou-se um conservador?

Eu quero a revolução. Eu quero a imaginação. Eu quero a salvação dos meus sonhos...


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