Daniel Campos

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22/08/2011 - Sorriso selado

Ela sorri em preto e branco, como um selo, de um jeito recatado e melancólico como há tempos não sorria. Sorri para trás. Sorri de uma forma incapaz de insuflar felicidade em alguém. Quem se aventura pelas sombras de seu riso e toma sua boca num beijo ardente se espanta com tantas cores. A simplicidade do riso, estampado nostalgicamente em seu rosto, esconde um mundo que vai fundo na vivacidade das coisas.

E o sorriso, que parecia triste, parado no tempo, refém do espaço e da saudade, na verdade está embutido numa paleta de tantos minirisos, que vão colorindo aquela boca pelo avesso. Misturadas às tintas, crônicas e poesias de uma mulher que de amor se quer. E o primeiro sorriso – oficial até então – suave e delicado – dá margem a outros tantos sorrisos arrebatadores, que causam prazeres e dores nos lábios alheios.

E o sorriso valsa, daquelas que se entoam de um coreto, se torna pop e estoura na boca da gente como popcorn. Os sentimentos que se escondem por trás daquele sorriso homenageiam diferentes amantes, misturando identidades e fortalecendo personalidades. O sorriso fixo dá origem a um turbilhão de sorrisos nômades pronto para serem postados como selos, quase beijos, quase sorrisos.


Comentários

23/08/2011, por flavio azevedo:

As vezes teêm pesssoas que nao nem nosso sorriso, de tao falsas que sao.Sorte irmao


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