Daniel Campos

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21/11/2008 - Sofrendo enfarte ou fazendo arte

Amo amar-te e adorar-te, seja em Sartre ou em Marte, sofrendo enfarte ou fazendo arte. Amo amar e deixar esse sentimento azul me levar ao vento sul, como que querendo chegar a algum lugar, a algum altar, a algum patamar do coração onde ninguém insista no não, tampouco exista solidão. Amo amar de me querer ao teu lado por todo instante, sem pressa, sem promessa, sem flecha, mas com Eça e Di Cavalcanti. Cante, espante e siga avante neste amor a Vinícius de Moraes, que ora é amor ora é amor demais.

O amor e uma cabana, eu, você e a poesia de Quintana. Será preciso algo mais do que essa vida à toa? Será Fernando Pessoa, o poeta fingidor o mal de todo esse furor? Se for partir, serena ir, marque o seu caminho com migalhas de Garcia Marques, que eu vou lhe buscar feito João, feito Maria, feito a fantasia da canção que mora dentro em mim e assovia assim no tom de jobim: eu te amo, eu te amo, eu te amo num amor artista, equilibrista, ilusionista, sempre a perder de vista.

E não haveria eu se não houvesse o amor, por isso eu choro e choraria Cassimiro de Abreu. E o meu amor é por ti e só por ti. Sem ti, o mundo sorri azedo, o fundo é medo e o profundo é segredo, que o diga Álvares de Azevedo. Para vencer todo o mal do desamor, plantei no quintal uma muda de Neruda. É o amor tecido pela agulha, brotado em fagulha, dançado no chão da tulha que vai perpetuar ao longo da nossa espécie amante, delirante de amar e adorar. Quero amar-te, aqui, ali, nas asas do bem-te-vi e em todo lugar, sofrendo enfarte ou fazendo arte.


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