Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
19/02/2014 - Seus cabelos

O sol se deixou em seus cabelos e me falou que eu devia me fazer apelos até poder correr pelas suas luzes bebendo, escrevendo e vivendo esta luminosidade que é você. Seus cabelos têm perfume e deles eu morro de ciúme ao ponto de me torturar diante do vento que os fazem dançar em dias claros ou em noites de luar. Ah! Como eu quero escorrer pelos seus fios em assovios de felicidade e arrepios de intimidade. Seus cabelos dão claridade a tudo que penso, por isso eu me deito e me levanto e sigo feito em seus cabelos.

E como as pétalas caem para espalhar beleza pelos caminhos, seus cabelos me fazem rastejar à procura dos fios caídos. Seus cabelos me fazem agarrar aos seus tornozelos e implorar que não se vá para lá de mim. Seus cabelos me fazem ter tantos atropelos e me dobrar os joelhos pedindo para cobri-los de véu nupcial. Seus cabelos de princesa habituados ao uso das coroas, ou mesmo despojados e ameninados caminhando à toa, são majestosos e impiedosos na arte de mal acostumar as vistas, as mãos e as bocas que se jogam a eles.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar