Daniel Campos

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21/01/2011 - Sertaneja

Antes de se por, o sol entra pela rocha dos seus olhos, que vão mudando de cor, e tudo vai virando sertão. O coração de arenito bate forte e se esfarela ao vento em grãos de paixão. A maré de sentimentos enche, transborda, seu corpo mareia, oceana e sua boca vira refúgio, ilha de garças e beijos esgarçados.

Ao se por, o sol vermelho amarelo laranja vai morrendo em sua pele morena que arde em cheiro e sabor como pimenta sertaneja. E a beleza segue como cacto, resistente com espinhos se transformando em flor. O romance se pendura no varal dos seus cabelos, vira cordel e repete e se reinventa como cordel.

Depois de se por, o sol silencia pra escutar os gritos e choro do nascimento da lua. Lua que povoa as suas células que brincam em suas veias como libélulas. As estrelas pelejam numa vaquejada tentando domar seus instintos. E finalmente, a escuridão de Maria Bonita se ilumina à luz de um Lampião.


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