Daniel Campos

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13/07/2013 - Sereias nucleares

É preciso chorar pelas sereias radioativas, nadando por entre o iodo e o césio que vazam da usina de Fukushima. Sereias essas que estão sujeitas à extinção e diversas mutações. São milhares e milhares de toneladas de água contaminada afetando algas, animais e lendas marinhas. A candura, a brancura e a harmonia das sereias não vão resistir a essa inundação nuclear. A mistura ideal entre a mulher e o peixe está sob risco.

Soube que elas nem empunham mais a lira, as flautas e as gaitas, pois deixaram de cantar. A radiação fez com que perdessem a voz. Também não andam mais empunhando espelhos, pois seus rostos sofrem com os impactos da poluição nuclear. Poseidon, que sabe de tudo o que passa em seus domínios, deve levantar seu tridente contra essa situação deveras criminosa. Previsão de maremotos e tremores à vista.

Coincidência ou não, nos séculos 18 e 19 era comum ver múmias de sereia em apresentações populares no Japão, país que guarda vários demônios mumificados em templos budistas. Múmias feitas por pescadores a partir da junção dos corpos de animais com peixe. Enquanto a mensagem do rei dos mares não chega por meio de seu filho Tritão só nos resta esperar e chorar pelas sereias.


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