Daniel Campos

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01/09/2011 - Senna, mais do que um sobrenome

Um sobrenome diz tudo e, ao mesmo tempo, nada. Por maior que seja a tentação, não se deve criar expectativa em relação a um sobrenome, a uma linhagem, a um laço consangüíneo ou genético. Ninguém é a continuação idêntica de alguém. Os reinados, as virtudes, os olhares, os feitos, enfim, tudo muda de pessoa para pessoa. Muitos – por serem indignos dele - não deveriam sequer fazer uso do brasão da família.

No circo da Fórmula-1 os sobrenomes são maiores que os próprios nomes. O que soa mais forte: Juan, Jack, Alain, Niki, Jackie, Nigel ou, respectivamente, Fangio, Brabham, Prost, Lauda, Stewart, Mansell? O problema é quando filhos, netos, sobrinhos ousam trilhar o caminho de seus parentes famosos. Nelsinho Piquet, Nico Rosberg, Ralf Schumacher, Jackie Villeneuve, Damon Hill são exemplos de que o sobrenome não faz o mito. Ajuda muito fora do carro, dentro dele não faz mágica.

Agora, o truque de ilusão se repete, e um sobrinho de Ayrton faz uso de um dos maiores sobrenomes da F-1 para chegar ao circo. Senna é um sobrenome que abre portas, que impõe respeito e vale milhões. Pena que não veste nada bem em Bruno. Ao ver o jovem na pista guiando um Lótus, muitos acreditaram no renascimento do ídolo. Para mim, apenas simbolismo e especulação.

Bruno, que faz o discurso politicamente correto de que não quer ser comparado ao tio, deveria, para tanto, adotar outro sobrenome. Que tal Bruno Lalli? Assim, além de não ter de carregar o peso e a responsabilidade de um sobrenome já consagrado dentro e fora do circo, ficaria livre para escrever sua própria história sem correr o risco de manchar a memória alheia.


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