Daniel Campos

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16/03/2015 - Senhores gaviões

Sobre a cabeça os gaviões rondando tudo olhando tudo cobiçando tudo do mundo. Gaviões sem regras, sem leis, sem pudores, prontos pro ataque, aves do combate. De garras afiadas determinadas a agarrar fundo no mais profundo da carne. Gaviões que não se preocupam com gritos, com choros, com sangue... Matam o aflito, o bonito, o contrito... Gaviões de um bangue-bangue onde só um atira. Ave que delira levando a morte em suas asas. Bicho forte, destemido, meio exótico meio bandido. Narcisista, estufa o peito, levanta a cabeça, inclina as penas e vai para cima impondo respeito. Gaviões reais e imaginários sobrevoando o mesmo cenário. Gaviões que cortam os céus numa força tanta numa elegância quanta como que se cortassem véus. Gaviões do arranha-céu, das torres de babel, do olhar mais cruel. Gaviões que só são doces quando bebem do açúcar de alguma alma boa. Aves milenares que dominam os ares. Gavião não caçoa. Gavião não fica à toa. Gavião cumpre seu papel sem cerimônia e que os anjos tenham parcimônia.


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