Daniel Campos

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30/07/2014 - Sempre suas mãos

Sempre suas mãos tiveram (concederam) um significado vasto e profundo ao meu mundo. Seja na geometria de tão belos desenhos, de unhas bem feitas e pintadas ao meu gosto, seja porque elas se encaixam perfeitamente nas minhas. Mãos macias, quentes, suaves, delicadas, leves... Mãos encantadas. Mãos claramente coradas. Mãos adocicadas. Ai, suas mãos, foi o que primeiro vi de você. Meu primeiro contato com você veio de suas mãos. Apaixonei-me perdidamente à primeira vista pelas suas mãos e, a partir delas, por você. E depois ainda me fartei nas linhas de suas mãos decifrando seus segredos, sua personalidade e seu amanhã. Fui sua cartomante de olhar apaixonante. Como foi bom andar de mãos dadas ou falar olhos nos olhos com você de mãos entrelaçadas. Como foi inacreditável tocar meus lábios aos seus tendo minhas mãos emboladas nas suas. Nossas mãos fizeram amor desde o primeiro contato. As disparidades e semelhanças entre sexo e amor podiam ser nitidamente explicadas pelo encontro das nossas mãos. Quanta energia, quanta sinergia, quanta magia pude sentir diretamente das suas mãos. Suas mãos tateando meu rosto num amor cego. Não dá pra esquecer suas mãos me escrevendo “Eu Te Amo” numa página de caderno ou apertando minhas costas num desses abraços eternos. Mãos dadas subindo escadas como quem sobe aos céus. Seja caminhando, deitados ou voando, nossas mãos sempre se alinharam perfeitamente. Mãos inocentes cheias de intenções. Mãos que vibram. Mãos que cantam. Mãos que bailam. Mãos de anéis de borboletas, de pérolas, de infinito, de diamante... Mãos que recebem versos e ouro no meio de uma serenata. Mãos cobertas de pétalas coloridas de orquídeas. Mãos que deslizam sobre finos fios de ganhar as ruas ou a cama. Mãos que conduzem esmaltes e batons feitos sob medida para compor com a sua beleza. Mãos que encontram e formam palavras de amor por entre as teclas do celular ou do computador mais próximo. Mãos que sabem onde me achar (me tocar) como ninguém. Mãos românticas que sabem flertar, provocar e ousar. Mãos de tanto e constante gostar, admirar, apaixonar. Mãos que não sei (e nem quero) parar de amar. Mãos embotadas de prazer. Mãos inquietas. Mãos que cravam unhas como aves cravam garras para carregar ao seu ninho. Mãos latentes. Mãos urgentes. Mãos ardentes. Mãos de artista, de menina, de boneca. Mãos que se lambuzam de brigadeiro de colher e de outros tipos de doce. Mãos de fada, de anja, de deusa, de criatura mitológica, de mulher amada. Mãos que planam ao meu redor como uma saudade viva. Mãos que manuseiam talheres finos. Mãos de violino. Mãos que abrem o teto do céu para conversar com as estrelas. Mãos que puxam quem ama pra perto, e mais perto, e ainda mais que perto de si. Mãos que brindam com champanhe. Mãos que jogam beijo, que agarram, que formam corações, que desenham, que não dão adeus. Que não dão adeus... Mãos perfumadas. Mãos idolatradas. Mãos estreladas. Mãos enamoradas. Mãos que já enxugaram meu choro e já contornaram meu sorriso. Mãos afrodisíacas. Mãos que conversam sozinhas. Mãos que têm uma linguagem própria. Mãos que eu compreendo tão bem. Mãos com as quais eu meu dou tão bem. Mãos que eu quero tão bem nas minhas também. Mãos que deixaram digitais pelo meu avesso. Mãos que beijo em sinal do amor maior que já senti, que já vivi, que já escrevi. Mãos que beijo chamando-as de minha num abuso (direito) particular. Mãos que beijo me consagrando cavaleiro de uma dama só para toda vida. Mãos que levam o brilho de um sentimento que é sem dúvida alguma pra sempre.


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