Daniel Campos

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01/03/2012 - Sempre a mulher amada

A mulher amada tem olhos coloridos e levemente borbulhantes. Não é à toa que chora lágrimas de champanhe. Tem cabelos desavergonhados e um balançado no modo de pensar, agir e andar. Exibe um corpo de conteúdo literário, com traços filosóficos e relevos poéticos. A mulher amada é a ascensão do trabalho das bordadeiras artesanais, que bordam com doçura, firmeza e simplicidade cada palavra que deixa sua boca. A mulher amada não possui uma fórmula ou composição embora seja objeto de formulações e composições.

A mulher amada caminha espalhando seus pensamentos que têm efeito de sementes e ervas aromáticas. A mulher amada não é convencional, embora tenha um quê de vidro de boticário. Há mulheres amada de gengibre, de morango, de hortelã, de camomila, de lima, de flor de salgueiro. A minha tem uma predominância de patchoulli. A mulher amada é feita de um concentrado de sonhos e desejos. Tem sabor marcante e quase indescritível aos sentidos humanos.

A mulher amada é repleta de truques e especiarias em seu cotidiano. Durante a noite, seu perfume de flor se sobressai. E dependendo da fase da lua, há mudanças significativas na coloração de seus lábios. Pode ser dezenas, centenas, milhares de mulheres amadas em uma só mulher num mistério adulto. Suas trovas e prosas e provas de amor tem um requinte gourmand único. Desde o feto, está sempre biologicamente e poeticamente preparada para ser amada.


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