31/03/2011 - Sementes de Zé Alencar
Zé Alencar morreu como morrem os guerreiros – nas trincheiras da guerra. Morreu fiel a sua luta, temente ao seu Deus, honrado em sua missão. Quem fica, chora. Quem vai embora, parte aliviado sabendo que deixou pra trás um grande legado. Zé Alencar, sinônimo de labuta, de ética, de emoção bruta, ganhou anos, comemorou dias, celebrou a vida, avançou o quanto conquistou. Não abaixou a cabeça, não vestiu uma mortalha, não se entregou nem desafinou uma nota sequer do seu canto de batalha.
Que vá em paz o menestrel das gerais, o homem que fez florir o sertão, que abriu um clarão na política e disse não à morte. Braços fortes, olhos limpos. Zé Alencar é mais do que eu sou, é o que sinto. Sentimento verdadeiro, referência de um tempo inteiro. Canteiro de sonhos, formigueiro em movimento. Tendo a esperança como espada e a honra como escudo, ele avançou entre a dor e o amor desbravando o mundo. Zé Alencar será para sempre sobrevivente, sinônimo de teimosia, uma oração persistente.
Zé Alencar morreu como morrem os guerreiros – nas trincheiras da guerra, e agora, como fica a Terra? Fica mais desamparada e desacorçoada por perder um de seus heróis da resistência. Que seus feitos se transformem em sementes e que desde já se inicie uma nova plantação de homens que prefiram o fim à desonra. Que novos Josés Alencares vinguem em corações infantis, jovens e adultos. Que a morte do guerreiro represente o começo de uma civilização onde homens e mulheres tenham o direito de voar.
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