28/12/2009 - Sem perguntas
Entre você e eu há um mundo inteiro de perguntas e respostas. Agora precisamos entrar em acordo se queremos saber para onde vamos, quem somos, o que sentimos ou se vamos viver tudo isso sem perguntas. Afinal, as respostas surgem naturalmente, não precisam ser provocadas ou pré-fabricadas. Questionários só desgastam, estressam, violentam todo e qualquer relacionamento. Amor não é vestibular, mas vale uma dica: pressuposto de amar é não desconfiar.
Nenhuma pergunta acontece por acontecer. Todas têm segundas intenções e a maioria, um quê de veneno. Quem pergunta, duvida. E dúvida é o combustível perfeito para a derrocada de qualquer relação a dois. O vírus da incerteza, em termos de estragos, é pior do que o ato em si. Se existe um codinome para demônios, sem dúvida é “dúvida”. Então, pra que interrogar? Não basta viver um amor, será preciso sabê-lo? Entre você e eu há um mundo inteiro de perguntas e respostas disfarçado de buraco negro, pronto a sugar os amantes.
Que horas? Que sentimento? Que roupa? Que conversa? Que passado? Que sonho? Que mundo é esse que coloca tantas interrogações entre nós. Amor que é amor não tem ponto final, tampouco pontuação alguma. Já imaginou amor com vírgula? Terá sentido amar com aspas, com travessões, com reticências? Amor que é amor é livre, munido de todas as licenças poéticas necessárias. Amor que é amor se vive, não se questiona. Entre você e eu há um mundo inteiro de perguntas e respostas. Sabemos que ele existe, porém não precisamos colocá-lo em órbita.
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