Daniel Campos

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07/01/2010 - Sem papo

Eu não quero falar, ver, tampouco saber de você. Que você suma do mapa geográfico, político, astral. Que você desapareça sem deixar endereço, telefone e sequer ponto final. Que você enlouqueça, desapareça, vire às avessas que eu não ligo. Aliás, maldigo você do primeiro ao último instante. Que duvide, que revide, que olvide, mas se mantenha distante. Não me importo com o que faça, com o que seja, onde esteja. Vá com os diabos porque Deus está de férias. Ao menos, de férias para você.

Não me aborde mais. Não me escreva mais. Não me pense mais. Não insista mais em mim. Já estou para lá das fronteiras da delicadeza. Daqui por diante meu comportamento pode não ter a mesma nobreza. Invente outro caminho desde que ele não cruze com o meu. Faça qualquer coisa desde que não interfira em meus dias. Tome chá de sumiço, vire-se em seu reboliço, tome rumo num feitiço... mas sai daqui, daqui de perto, de perto de mim. Entenda de uma vez: é o fim.

Pode chorar, mas sabia que eu não tenho lenços. Pode se torturar, mas saiba que eu não tenho pena de você. Pode gritar porque eu não lhe escuto mais. Por essas e outras que eu digo: é melhor desistir. O único verbo que deve conjugar é sumir. Sumir da minha frente, sumir consciente ou inconscientemente. Leve consigo suas justificativas, suas negativas, suas oitivas. Desce a serra, sobe o morro, gire a terra, só não grite por socorro. Eu estou há dois mil anos do salvador.


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