Daniel Campos

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09/06/2008 - Segunda-feira constipada

O que pode ser pior do que segunda-feira? Segunda-feira com gripe. Corpo dolorido, cabeça pesada, nariz escorrendo, garganta inflamada, olhos ardendo... Para quem não acreditava, poetas também gripam. Além de universal, não deve haver doença mais antiga e mais arteira do que essa. Afinal, gripe ainda não tem cura. Até inventaram uma vacina, mas quando a gripe quer ninguém segura.

Por volta do ano 2500 antes de Cristo, os sintomas da gripe já andavam soltos por ai. No antigo Egito, um Faraó voltou de uma viagem com febre, com o corpo mole e dolorido. O padre-médico recomendou repouso e chá de camomila. Agora, a primeira vez em que se menciona a gripe, propriamente dita, é por volta de 400 anos antes de Cristo. Quem escreveu sobre ela nessa época foi o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina. Como podemos ver, de lá para cá pouca coisa mudou.

Os sintomas continuam os mesmos e a base do tratamento também. As farmácias aproveitam para vender verdadeiros milagres para cura desse mal milenar. Mas no meu caso tem um agravante. Ao menos, para os farmacêuticos. Eu não acredito em remédio para gripe e por isso, não faço uso deles. Prefiro curar a minha gripe com receitas caseiras dos tempos do meu tataravô, que vão do tradicional mel até os temidos ovos crus.

No entanto, a gripe tem um tempo a ser cumprido. E não adianta insistir porque enquanto ela não cumpre essa estadia em nosso corpo ela não vai embora. É uma visita tão inesperada quão inconveniente. E pior, a gripe afeta todos os sentidos do corpo. E, com ela, vem uma vontade de ficar no escuro, debaixo de cobertores. No entanto, ela é tão irônica, que teve que chegar bem na véspera de uma segunda-feira daquelas brabas.

E agora? O jeito é viver a gripe intensamente. Quem sabe assim, ela se satisfaz e toma o rumo de casa.


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