Daniel Campos

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13/01/2011 - Se emenda vá

Bruxa mexeriqueira, leva-e-traz, fofoqueira, sai pra lá. Bruxa dissimulada, sonsa, condenada, não vem cá. Bruxa perguntadeira, falsa, mateira, se emenda vá. Como tem coragem de fazer esse papel? Deveria, ao menos, honrar seus corvos e verrugas. Que decepção. Quanta ilusão. Não tem perdão, não. Ninguém lhe contou que peixe morre pela boca, bruxa louca? Quando vem dessa bruxa toda miséria humana é pouca. Bruxa tirana, insana e carraspana.

Bruxa de araque que quer fazer do meu Éden o seu Iraque. Bruxa agourenta, das histórias a bruxa berebenta. Bruxa amaldiçoada que quer semear o fel na minha estrada. Sai pra lá. Não vem cá. Se emenda vá. Ela devia aprender com velhos ditados como: as máscaras sempre caem e a mentira tem perna curta. Sua língua tem cicuta. Matuta e ladina, faz do meu ouvido a sua latrina. Bruxa canina, caninana, ferina. Bruxa sorrateira, treteira, carniceira.

Bruxa dos pesadelos, segue de arrasto segurando nos tornozelos alheios. Bruxa das pragas, traz espinhos nas mãos em que me afaga. Bruxa dos bordados, amarra minha vida em seus pontos e laçados. Bruxa das velhas feiticeiras. Bruxa mandingueira. Bruxa doidivana, pensa que me engana? Bruxa que serpenteia em noite de lua cheia. Bruxa língua de trapo, quantas vezes já costurou o meu nome na boca do sapo? Sai pra lá. Não vem cá. Se emenda vá.


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