15/10/2013 - Saudade Calopsita
Ela se foi sem dizer. Não ouvi seus gritos de dor ou de perdão. Ninguém sabe o horário exato que ela arrumou as malas e partiu. Será que foi loucura? Será que foi tontura? Por que foi que ela caiu? Ela se foi sem ir. Caída no chão do quarto, encolhida e sem vida, vestida para casar. Não conseguiu ser mãe ou amante, foi só mulher de dois casamentos. Sem sorte no amor, Paola, um marido morto, um marido ao vento.
Ela se foi sem querer. E já há alguém cantando sua falta num canto lírico. E já há alguém investigando sua partida repentina. E já há alguém a comparando com um lírio – lindo e breve. Ainda não descobriram quais foram suas últimas palavras. O viúvo endoidou... Será que finge tanto amor? Ela é lembrada de tantos jeitos e formas. E por todos os lados palpita uma saudade calopsita – doce e selvagem ao mesmo tempo.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.