08/07/2014 - Saia azul
De saia azul ao vento do Atlântico Sul com pernas que deixam qualquer romântico mais bêbado do que dúzias de tabernas. Ela conversa e tudo logo versa para ela. Seus olhos como agulhões vão mergulhando no mar da alma alheia e saindo com o que desejam estando a maré baixa ou cheia. Seus pés pequenos são como venenos à falta de cura de uma paixão sem alta. Seu corpo serenado como que bordado de pintinhas vizinhas uma da outra numa misteriosidade louca. E sua boca dizendo às minhas entranhas, sabendo como poucas a arte de fazer manha, que toda aventura ainda é pouca.
De saia azul ao vento nascido lá pelos mares de Istambul ela passa fazendo loucura, sendo nó que desata e enlaça ao mesmo instante o ser amante. Tem uma voz rouca que ecoa pelos labirintos das conchas, pelos tinto das colchas, pelo absinto das coxas. Ela fala as línguas dos que de amor vivem a mingua. Ela é fartura, é candura, é cintura entortando, acotovelando, dissecando olhares. Vem num passeado de bailarina, num gingado de messalina. Vem ovacionada pelas células desejosas. Vem aos palavreados de “gostosa”. Vem sem querer vir, mas vindo numa querência de rugir.
Comentários
Babe você arrasa numa poesia de profundidade, com efeitos cinematográficos. Visualizo toda a dinâmica da cena que você construiu com solidez e desenvoltura. Você é intenso em tudo o que escreve. Babe, você faz chover. Beijos.
Desde adolescente sempre gostei de escrever versos e histórias envolvendo meu dia-a-dia mas nunca tive coragem de mostrar isso para ninguém. Depois que passei a ler você sinto ainda mais vontade de escrever e mais vergonha de mostrar minha escrita que tem mais cara de diário do que qualquer outra coisa. Sou muito amadora perto de você, mas também gosto de escrever com muito amor. Quem sabe um dia tomo coragem e mostro pra você. Tem interesse?
Minha imaginação tem trabalhado MUITO Lendo esses textos LINDOS Seus textos tem o PODER de me fazem SONHAR
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