23/02/2014 - Romance no parque
A menina e o menino vão ao parque e começam a namorar. A menina de olhos de asa delta precisa de impulso para voar, mas quando lá no alto não quer mais aterrissar, só faz planar, planar, planar. O menino que só faz querer fica a admirar aquele voo o qual não pode alcançar, pois ao contrário dela, não tem asas, e fica implorando para ela o carregar. E, de repente, os dois estão no céu, os dois estão no chão, num verdadeiro carrossel de paixão. Dão voltas e mais voltas e estão sempre no mesmo lugar – um no outro, outro no um – e assim querem ficar até o tempo se acabar. Sim, naquela brincadeira, eles falam sério a ponto de querer parar o tempo e viver daquele infinito tão bonito de se ter quão fácil de se compreender.
A menina é toda menina mesmo quando mulher. O menino é o disfarce do destino que os dois juntos quer porque quer. Há tanta fantasia, tanta alegria, tanta euforia naqueles dois corpos em completa extasia. E tudo o que têm para falar, falam boca a boca, e ninguém se lembra nem de respirar para continuar boca na boca. O amor flui em abraços que inventam novos laços. A menina gargalha, o menino grita, a menina suspira, o menino murmura, e nem mesmo deus ousa atrapalhar aquela loucura que não merece adeus. A menina se aninha no menino que a chama de minha e os dois são um do outro num amor muito e ainda pouco perto do que eles querem e prometem para si. No parque, o romance sorri.
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