Daniel Campos

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27/11/2014 - Rio interior

No meu peito passa um rio. Um rio que já passou. Um rio que segue em frente. Um rio que nunca está vazio. Um rio aflorado de sentidos e carregado de desejos como se estivesse no cio. Um rio que ora é manso ora é de correnteza. Um rio que tem no seu correr a própria beleza. Um rio que nasce na fonte da minha existência transcendental. Um rio que desagua no mar da minha alma. Um rio que corre por todo meu corpo e extracorpo. Um rio que leva tristeza e felicidade no mesmo leito. Um rio que faz as curvas do meu destino. Um rio doce como os sonhos inocentes que leva em seu curso. Um rio que nunca seca. Um rio de imaginação, de inspiração, de fascinação. Um rio mágico habitado por seres mágicos. Um rio que se avoluma em versos e prosas. Um rio de tantas e quantas histórias. Um rio azul, verde, rosa, prata... Um rio que se perfuma no mato, nos deuses e nas mulheres que bebem de sua água. Um rio sem limite definido. Um rio que rompe fronteiras e desconhece barreiras. Um rio que abraça estrelas, que faz cama pra lua e que às vezes se desprende do chão e flutua. Um rio que toca fundo e sempre adiante mesmo que trazendo águas passadas. Um rio de heróis, de gente muito simples e mulheres amadas. Um rio de sentimento corrente que vai me levando em frente.


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