17/10/2011 - Religião bossa nova
Havia um tempo em que minha religião era a música. Tom Jobim e Vinícius de Moraes sempre foram meus principais deuses, aqueles que haviam criado o mundo de canções em que eu habitava. Tom e Vinícius, como Jesus, Buda, Alan Kardec, tiveram sua passagem pela terra. Ao contrário de parábolas, falavam por meio de versos e partituras. E como poucos, estavam ligados diretamente à natureza. Falavam do amor com propriedade. Era uma religião sem castigos, sem medos, sem pecados.
A música de Tom e Vinícius é milagrosa por si só. Capaz de curar problemas do corpo e da alma. Além disso, as canções tanto trazem a pessoa amada até você como a levam até ela. São capazes de tocar profundamente nas questões mais íntimas e secretas. Suas canções provocam alívios, renovam esperanças, alimentam desejos. Letras e ritmos que confortam e provocam ao mesmo tempo. São músicas vivas que não só simbolizam, mas que concretizam a vida como deve ser vivida – de maneira atemporal e intensa.
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