02/09/2011 - Reconsiderações
Mande seus medos para a masmorra mais distante de seu reino. Acorrente suas frustrações de modo que elas não consigam voltar a sua cabeça. Alimente bem cada um de seus sonhos, dos mais próximos aos mais impossíveis. Eduque-se para o amor e também para a guerra. Reescreva seu destino quantas vezes for preciso. Traia para continuar sendo fiel aos seus valores. Peça perdão as suas dores.
Diga o silêncio sempre que não tiver nada lírico ou revolucionário para dizer. Ame sem posologias, precauções e sem contra-indicações. Chore para limpar os olhos e lavar as escadarias da sua alma. Guarde as lembranças do que não teve coragem de fazer no fundo do baú. Revire seus pensamentos, desarrume a ordem vigente. Quebre expectativas, iluda o espelho, encaracole desejos em seu cabelo.
Invente um novo relógio. Namore a lua, se case com o sol, engravide de uma estrela. Harmonize o espiritual ao biológico. Percorra todas as dimensões que tiver acesso. Semeie esperança em seus jardins. Entorte a linha do horizonte. Transforme suas tragédias num espetáculo grego. Se a solidão chegar, convide-a para um dueto. Sempre que precisar, peça licença poética à métrica do soneto.
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