04/02/2010 - Pneu furado, Nelson Rodrigues e o amor
Ao trocar um pneu do carro debrucei-me sobre o quão falível é o mundo. Por que não inventar um pneu à prova de furos? Pode-se até pensar que é alguma estratégia comercial para sustentar o comércio desse produto. Mas a verdade é que por mais que evolua em matéria de conhecimento o ser humano esbarra no mais cruel dos obstáculos – o seu próprio limite.
Nada foi feito para ser indestrutível. Nem mesmo o corpo humano. A vida é finita e instável assim como os pneus e tudo mais que existe. É errado dizer que Deus fez o homem a sua imagem e semelhança. Ao contrário do escultor, suas obras são limitadas. E por quê? Qual a razão para termos, assim como tudo o que criamos, um prazo de validade?
Talvez para reconhecermos o quanto nós somos pequenos diante do mistério que nos habita. Há algo muito maior que nós. Algo que realmente não se acaba. E o que é essa coisa superior? Deus? O Cosmos? O Amor? O cronista Nelson Rodrigues costumava dizer que o amor é eterno. Se não for eterno, não é amor.
Para além da matéria e do conhecimento, eis o amor, um mistério que surge sem começo, vive sem meio e não conhece o fim.
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