Daniel Campos

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04/09/2015 - Pisadas cegas

Meus pés me levam por estradas que eu não sei, mas que hei, por amor, de seguir e me descobrir a cada passo entregando-me ao tempo com a coragem do aço. Piso na falta de chão, bailando com nuvens sob os olhos da Lua de João, ou seria de Jorge o matador de dragão? Meus pés tateiam cada sentimento que o vento traz ao meu caminho e eu me espinho porque andar e não sangrar é igual a amar e não perdoar. E eu me alinho com as rosas que desabrocham pelo estradão como as prosas que adoçam, como açúcar mascavo, como mel de jataí, como minha boca a sorrir no seu peito, como torrão de coração. Meus pés - cavaleiros do infinito - vão volteando pelos seus cabelos e voltam cada vez que escutam ou enxergam seus apelos. As passadas vão vivendo o destino de procurar a amada tal e qual o menino procura o doce pelo mar de sal. Meus pés sabem as suas direções, porém se jogam aos labirintos das suas intenções e assim caminham cegos pelos pregos e ilusões de um amor sem fim.


Comentários

06/09/2015, por Luisa Mendes:

quanto amor

06/09/2015, por Franciene Porto:

Como você consegue? Escreve tão bem que toca a gente lá no fundo do coração


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