09/11/2011 - Perdido
Já não sei mais o que pensar, para onde ir, o que querer. Tudo se desmancha no ar. Tudo se perde pelo caminho. Já há mais espinho que flor por toda parte. E viver já deixou de ser uma arte há muitos anos. Meus planos deram errados e meu mundo parece girar fora de órbita. O que será do fim de tudo isso? Por que em tudo há uma falha? Por que atrás de uma boa intenção há sempre um boicote, uma inveja, um canalha? Por que não há anjo ou demônio que realmente nos valha?
Já não sei mais como conviver com tantas mentiras, hipocrisias, azias e más-digestões. Eu já tenho mais silêncios do que canções. Os vagões do meu trem estão cheios de angústias e aflições e respostas evasivas. Há sempre uma espera atrás de outras espera. Quem dera se minha vida não estivesse sempre nas mãos de alguém. Quem dera se eu não dependesse sempre disso e daquilo também. Quem me dera se não houvesse um porém separando o sonho da realidade.
Já não sei mais como engolir esses sapos, essas desculpas, esses olhares atravessados. Tudo o que eu sei é que ainda não sei. Nada vinga em mim. Nada se cria ou se procria em mim. Virei um território infértil, tomado pelas pragas da desilusão, da decepção, do desespero, do desânimo, do desgoverno. Tudo foi, é e será um grande engano. Ao menos é isso o que diz a ditadura da traição. São atos e desacatos voltados a aterrorizar sem qualquer dose de misericórdia ou compaixão.
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