06/11/2011 - Perdi o trem
Estou atrasado, futuro do passado. Perdi o trem das coisas tentando entender o que não tem entendimento. Coisas do amor. Andei demais. Dormi demais. Sonhei demais. Bebi versos e notas de Milton Nascimento. Deixe-me levar pelos tambores de Minas, pelas meninas dos olhos das meninas, embalei a lua como criança nina uma boneca pequenina.
Fiz questão de me desvencilhar do tempo no clube da esquina. Entre serestas e seresteiros dancei com um colombina que tinha lábios de goiabada e língua Rosa Guimarães. Entre um bocadinho de prosa e um trem de causos, puxei uma cadeira pra perto da saia de um fogão a lenha e num braseiro mulher deixei a vida passar despetalando o tempo em trens de bem e de mais bem me quer.
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