12/05/2012 - Perdedeiras
Estou sempre diante de uma grande encruzilhada. Não sei que caminho tomar. Não sei se avanço pra trás ou se volto pra frente. Meus pés giram em círculos. Eu me pego fazendo as mesmas coisas que nunca fiz. Eu me esqueço de tudo. Não me lembro para onde ia ontem, para onde vou amanhã, onde estou agora. Minha bússola interna quebrou. Meus olhos não conseguem decifrar o caminho das estrelas. Meu anjo da guia deixou há anos de guiar qualquer um dos meus passos.
A minha rosa dos ventos despetalou. Estou sempre em dúvida em relação às direções e aos sentidos. A estrada sob meus pés é uma grande interrogação. Queimei os mapas. Quebrei os celulares. Não quero encontrar. Não quero ser encontrado. Eu não deixo rastro. Eu devoro rastros. Alimento-me das minhas próprias pegadas. Sou feito de portas, porteiras, janelas, cancelas, pontes, pontilhões, trilhos e estações. Caminho de verso em prosa, carregando ou sendo carregado por canções.
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