26/01/2012 - Percepções
Nada é tão igual assim como nem tudo é tão desigual. O caos mora dentro de cada um de nós. Somos a confusão, a desordem, a bagunça generalizada. Antes de sermos humanos somos desumanos. Somos a civilização perdida. Nossos sentimentos são atômicos, nossos sonhos são quânticos. O sorriso é a pausa do pranto. Em todas as coisas há uma relação constante de poder e despoder, de querer e desquerer, de ter e desejar. São tantas teorias da conspiração. Para cada sim há um monte de não.
Nossas vidas são pré-fabricadas, mas a nossa obra jamais se conclui. Nosso tempo é relativo. A liberdade só existe enquanto utopia. Estamos todos condenados a algo ou a alguém. O retrocesso está no processo do progresso. Nem tudo pode ser dito ou ouvido. Ora estamos dentro ora, fora. Quase sempre o agora está no ontem ou no amanhã. A poesia é semente à espera das condições ideais para vingar.
O ato de amar sempre nasce de uma barrigada de antirealidade. Cuidado, a ilusão se esconde nos becos e nos bueiros da cidade. Não sabemos para onde vamos, tampouco se vamos ou voltamos. Tudo é uma questão em aberto. O divino abre brechas para o profano que por sua vez nos leva ao divino. A nossa ancestralidade está nas estrelas caídas. As palavras mesmo doces podem ser doídas. O sol é a ferida da lua.
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