01/07/2011 - Pensando em você
Eu penso em você por todo tempo, como necessidade e regra, mas é no acaso que lhe encontro em minha cama, em minha rua, em minha lua. Sim, eu tenho uma lua de sete fases em meu céu. Eu lhe encontro, segundo a segundo, em minha frente, ao meu lado, nas minhas costas. Eu lhe encontro ora acima ora abaixo de mim. Eu lhe encontro, lhe amo e lhe afronto, lhe chamo num canto e lhe faço um conto que me deixa tonto.
Eu penso, analiso, sonho, imagino, cultuo você a todo instante. E meu corpo, do fígado à alma, vibra diferente quando o assunto é você. Mesmo longe, eu comungo o seu pão, o seu sangue. Eu penso em você, peco e peço perdão. Esses pensamentos me embriagam e, me naufragam e me afagam possibilitando a minha existência. Pensar em você é um alento, um instrumento de contentamento, uma espécie de antilamento.
Eu penso, logo existo em você. Penso em você como um fiel pensa em seu deus. Penso em você voando e cantando, mesmo sem ter asas e sem saber cantar. Penso em você numa tarde de sol, num banho de chuva, no êxtase do eclipse, diante do fogo e do vento. Penso em você quando me pego escrevendo um poema, uma crônica, um conto. Eu lhe encontro e lhe reencontro em nossos desencontros.
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