Daniel Campos

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06/12/2010 - Penduricalhos de natal

Pendure seus sonhos mais bem guardados nas galhas da árvore de natal. Pendure suas esperanças e o sorriso das crianças. Pendure as lembranças dos natais passados e o que colheu em suas andanças. Pendure as flores de Noel e as tranças da Rapunzel. Pendure os projetos prediletos, os planos de anos e as luas das ruas por onde passou. Pendure o que ficou depois de tantos balanços, retrocessos e avanços. Pendure música e dança e até mesmo a estrela que não se alcança.

Pendure o beijo que arde nos lábios e as teorias dos astrolábios. Pendure bolas tão redondas quão o mundo. Pendure o que encontrou depois do poço sem fundo. Pendure abraços e passos. Pendure as frutas da estação e um sabor temporão. Pendure velas e aquarelas. Pendure as poesias que colecionou. Pendure a promessa que vingou. Pendure a santa e essa força tanta. Pendure as meias e o medo que ainda receias. Pendure cartas e loucuras fartas.

Pendure penduricalhos, atalhos, retalhos, alhos e bugalhos. Pendure corações, a branca de neve e seus anões. Pendure duendes e o que não compreende. Pendure pirilampos e relâmpagos. Pendure olhares e âmbares. Pendure histórias e romances e memórias que fogem ao seu alcance. Pendure sementes e nascentes. Pendure enfeites e deleites. Pendure bem casados e seres alados. Pendure e se pendure na árvore de natal com o ânimo do velho Nicolau.


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