12/09/2008 - Patacoada
A comunidade científica está em festa após a construção da máquina gigante que possibilitará dar uma espiadinha na noite de núpcias de Adão e Eva. Enterrado a cem metros da superfície terrestre, entre a Suíça e a França, o LHC (Grande Colisor de Hádrons) tentará descobrir a origem e o funcionamento do universo. Seria só mais uma vaidade científica se não houvesse o risco da Terra ser tragada para um grande buraco negro. E para os românticos há outra ameaça: a lua pode desaparecer do céu após ligarem esse aparelho maluco que gera um micro-buraco negro por segundo.
Para que querer ver tão longe se há tanta coisa por perto para ser vista. Por que os cientistas não voltam seus olhos para o câncer que devora uma legião em silêncio, para a crise de alimentos, para a criação de um mundo equilibrado? Por que ninguém anuncia que criou água potável em laboratório? Que criou o tele-transporte como forma de solucionar os engarrafamentos? Que inventaram uma comida saudável com gosto bom? No entanto, preferiram inventar um paparazzo gigante, com 27 quilômetros de comprimento, composto por quase dois mil super-imãs. Isso sem falar que ele mistura partículas na velocidade da luz, provacando sessenta bilhões de colisões a cada novo minuto.
Ao contrário de colocar a mão na massa e resolver problemas reais, a ciência mais uma vez vai tentar bisbilhotar Deus. Só que dessa vez estão tentando reproduzir os seis dias de criação. Talvez Freud explique essa obsessão dos cientistas pelos mistérios divinos. Ao contrário de conseguir entender a humanidade, vão tentar compreender o que não se compreende. Mas uma vez, os cientistas se propõe a desafiar o destino com essa fábrica de buracos negros. Uma verdadeira patacoada!
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