Daniel Campos

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08/12/2010 - Partes e apartes

Parto. Partilha. Partner. Pelas partes do mundo eu vou. Pelas artes do fundo eu sou. Pelos fraques do moribundo eu estou.

E em que parte do todo ou em que todo da parte está você, filha de Sartre com Afrodite.

De champanhe em uísque, de pedra de gelo em pedra de vulcão, de cálice em taça eu tomo. Eu a tomo; tomá-la-ei. De beijo em abraço, de desejos em ensejos, de carne em espírito eu como. Como, cama, coma. De mordedura em rugido, de fera em louco, de primavera em gemido eu domo. Eu a domo dama minha.

Parto. Partilha. Partner. Já chegamos a Marte. Cuidado com o coração passarim que o amor é um enfarte sem fim.

Que cartas a cigana irá me ofertar? Que estradas o destino irá me dar? Que reflexos o espelho irá me tirar?

O mundo dá volta, o pensamento cheira a pneu queimado e gasolina numa pista de kart. O mundo dá volta em uma só nota. Cadê você, coca-cola e pipoca.

Parto. Partilha. Partner. O mundo é o sino, é o menino, é o aparte do deputado corrupto. O mundo é a beleza de uma mulher e um grito abrupto.

O parto é para sempre, a partilha é semente e a partner, ilusão ausente, foi atrás de uma paixão-estandarte doente. Tudo tão de repente.

Agora, o mundo é o parto, a partilha, a partícipe. O mundo é o mato, a matilha e o príncipe. O mundo é o pato, a tortilha e o lince. O mundo é o fato, é a ilha e o acinte.

O parto, a partilha, a partícipe nascendo, brigando e vivendo; surgindo, dividindo, agindo; rompendo, ficando, amando...

O parto, a partilha, a partícipe por entre as canções de Ritchie e as revelações de Da Vinci.


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