13/11/2009 - Paraskavedekatriaphobia
Vista preto e vá para aquela encruzilhada de costume. Depois de fazer uma fezinha no número 13, vou ao seu encontro. Quero lhe presentear com cravos de defunto. Quero contrariar o infortúnio e lhe amar com toda sorte. Quero transformar pragas em beijos e fazer de seu corpo meu amuleto. E assim, rogar-lhe bem alto por meus descaminhos. Com pipoca e cobertores, vamos nos abraçar assistindo a saga do psicopata Jason Voorhees. Afinal, nada é normal quando se trata de sexta-feira 13.
Paraskavedekatriaphobia. Não precisa temer o dia de hoje. Se bem que um pouquinho de medo faz bem para encutar a nossa distância. Além do mais, o medo provoca e seduz. Ao contrário de nos amarmos como anjos, vamos experimentar o amor dos morcegos ou das aranhas. Vamos nos dependurar, tecer a nossa cama e nos espreitar num ângulo de 180º. Vamos nos caçar e nos acabar num caldeirão cheio de sais. À meia-noite quero brindar nosso encanto com um cálice da poção das bruxas.
Sem qualquer fobia, vamos nos amar entre lendas, mitos e supertições. Vou cochicar algumas rezas em seus ouvidos enquanto sinto cada um de seus tremores e calafrios. Não se importe com a morte, com terra de cemitério, com agouros e criaturas do além. Para quem vive nesse mundo todo dia é sexta-feira 13. Todo dia é sujeito a males e dores. Todo dia somos convidados a viver uma batalha espiritual. Portanto, não se espante. Deixe de lado a Paraskavedekatriaphobia e cante ainda mais forte o amor.
Observação do autor: Paraskavedekatriaphobia é o nome dado ao medo específico da sexta-feira 13.
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