25/09/2008 - Olho obeso
Tem gente de olho no nosso pão. Tem gente de olho no nosso chão. Tem gente que tem olho de cão. Cão vira-lata, fura-saco, pidão. Zóio ruim, zóio gordo, zóio de seca pimenteira. É a marvada inveja que ralha e atrapalha. É o pecado capital que ninguém segura, que não tem cura, que chega a dar tontura. É uma mistura de raiva e tristeza no desejo de ter o que o outro tem, de ser o que o outro é, de fazer o que o outro faz. Cuidado, o mal olhado é o sentimento do ressentimento que nem o vento joga pro lado.
Tem gente de olho gordo no seu dinheiro, no seu cabelo, no seu cabideiro, no seu espelho, no seu amor, no seu valor, na sua alegria, no seu dia-a-dia... Zóio ruim não vai pra adiante e deixa você cheio de quebrante. Zóio ruim murcha flor, esfria o calor, dá preguiça, ferida e até enguiça sua vida. Só de pirraça, zóio ruim quer a desgraça, o mal, sua ruína física e espiritual. Zóio ruim é tal praga parideira, dá em tudo quanto é beira. Tem zóio doente de parente e de amigo, de inimigo e de conhecido, de vizinho e de desconhecido.
Como ainda não inventaram um colírio light ou diet para olho gordo, apele para arruda, muda de guiné, pé de coelho, folharada de comigo-ninguém-pode, espada de São Jorge e fita vermelha. Não conte para ninguém o que lhe dá na telha, nem o que aconteceu de bom com você. E vê se diante de um olho com sobrepeso se benza, corra, se esconda. O olho gordo quer agourar sua felicidade, quer fazer crueldade, maldade e outras barbaridades. Não tem acordo, pula pra lá zóio gordo que a tua gula é o teu engodo!
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