09/01/2013 - O vento
Não há nada mais livre que o vento. Ninguém aprisiona, acorrenta, detém o vento. O vento venta por onde e quando quiser. Não há nada de metódico no dia a dia do vento. Pelo contrário, o vento é marcado pela imprevisibilidade. E que não coloquem obstáculos no caminho do vento. Árvores, construções, barcos... tudo o que se atreve a ficar frente a frente com o vento é destruído. O vento que ora é calmo ora é devastador. O humor do vento oscila rápida e bruscamente, sem muitas explicações. Isso porque o vento não deve satisfações. O vento é soberano. O vento embaralha cartas de tarô, muda planos, encobre a lua e deixa nu o amor.
O vento nasce, mas não morre. O vento vai e volta quando menos se espera. O vento é temido até pelos mais experientes bruxos. O vento é a mudança, pois vem mexendo com tudo. O vento traz mensagens, emoções, sentimentos variados. Cada pessoa sente o vento de forma diferente. O mesmo vento que refresca, corta. O vento deita, provoca correria, atrai rezas. O vento carrega perfumes, sonhos e fantasmas. O vento não se rende, não se prende, não se compreende. O vento não perdoa nem venta à toa. O vento não se compra nem se vende. O vento atiça brasas, destelha casas, medra asas. O vento bagunça o tempo, mistura ponteiros, adianta a vida e a morte.
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