02/05/2008 - O último suspiro liberal
Depois de ter arrasado as economias dos países menos desenvolvidos e aumentado as desigualdades sociais de forma gritante, intelectuais apregoam o fim do neoliberalismo. Começa a se colocar em xeque a noção de que o mercado seria capaz de equacionar sozinho o problema do desenvolvimento das nações.
A questão chave: "o que substituiria o neoliberalismo?", traz-nos diversas perguntas: Estaríamos diante de uma nova fase do desenvolvimento capitalista? Seria possível retomar o desenvolvimentismo econômico com um Estado interventor? Outra possibilidade é a de que seria esse o início de um período de transição que poderia desembocar em algo novo, numa sociedade pós-capitalista, mas de que forma isso aconteceria? Através de uma ação política? Através de movimentos não governamentais? São todas essas questões que devem ser levadas em consideração na busca de alternativas para o modelo pós-neolibral.
Como último fator desta crise está o preço dos alimentos, que tem preocupado políticos e empresários do mundo inteiro. O aumento atual dos preços dos produtos alimentícios poderá causar guerras civis em muitos países. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) já assinalou distúrbios pela fome em 37 países e risco de fome para 100 milhões de pessoas.
Para os pensadores ainda não estaria nítido qual tipo de sociedade sucederia o neoliberalismo, que mercantilizou o mundo e a vida. A alternativa ainda seria uma questão sem resposta. Além de um frio na barriga, uma certa inquietação habita meus pensamentos a perguntar: O que será que nos espera?
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