18/05/2014 - O quê da carta
Ah se o tempo ainda fosse das cartas, escrever-lhe-ia linhas e linha com essa letra torta confessando tudo o que sinto numa falta de arrependimentos tamanha que me faz querer ir mais e mais longe nessa jornada sentimental. Colocaria toda a textura desse sentimento no papel que lhe chegaria como uma notícia nunca dada em tons de confirmação, afirmação, louvação a tudo o que é. Você poderia ir além do que está escrito naquele manuscrito analisando a carga do que fora escrito fazendo estudos da profundidade e da intensidade das letras decifrando-me linha a linha.
Ah se o tempo ainda fosse das cartas, receber-me-ia em sua caixa do correio dentre faturas e propagandas com um selo de saudade somado a um remente poeta cujo endereço é a criatura amada. Ao abrir o envelope deixaria escapar o perfume jamais esquecido e todos os mistérios de pandora, pois tudo seria revelado, entregue e colocado ao seu maior prazer. Ao contrário de arquivar ou deletar, você poderia levar tais palavras para debaixo do seu travesseiro ou incendiá-las. A carta permitira que você somasse seus beijos aos meus no destino que nos une e reúne linha a linha.
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